"Semana para debater a crise da erva-mate"



Os produtores de erva-mate vivem hoje um cenário invejável se colocarem na ponta do lápis o preço que estão recebendo por arroba e o que ganhavam no ano passado, quando o valor não superava, muitas vezes, R$ 5. Hoje, tem produtor recebendo mais de R$ 20,00 pela mesma quantidade, em alguns casos, chegando aos R$ 30. É um reajuste de 400%, e plenamente justificável. Pagou-se tão pouco para o agricultor que muitos deixaram o cultivo de lado, aderindo à soja, ao tabaco e a outras culturas. O produto começou a escassear para a indústria, que passou a pagar mais pela matéria-prima.

É claro que isso afeta o bolso do consumidor. Conforme o Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPC/Iepe), a alta acumulada do quilo nos supermercados é de quase 50% no ano.

Para tentar mudar esse quadro, são importantes ações como o seminário que ocorre nesta semana, em Arvorezinha, no Vale do Taquari, uma das principais áreas cultivadas com a ilex paraguariensis do Estado.

– Aqui se manteve a produção por persistência do produtor mesmo, mas em outras regiões muita planta foi derrubada para dar lugar a lavouras de soja – afirma o prefeito do município, Luiz Paulo Fontana (PSDB).

O Seminário Estadual de Mudas de Erva-Mate, no dia 16, abordará temas como melhoramento genético e seleção de árvores matrizes.


A semana também tem outro evento que pode ajudar a melhorar o cenário para o consumidor. Amanhã, em Brasília, uma audiência pública debaterá a possibilidade de isenção da alíquota de PIS/Cofins para a erva-mate. A proposta é do deputado federal Alceu Moreira (PMDB), que defende a causa apoiado em números: o setor emprega mais de 13 mil pequenos produtores em 267 municípios. Moreira estima que o cultivo foi reduzido em cerca de 10 mil hectares nos últimos anos.

ZERO HORA - Thiago Copetti - thiago.copetti@zerohora.com.br

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