Valorização da carne de ovelha e da lã atrai criadores e investimentos.
Compradores de fora do Rio Grande do Sul também impulsionam os negócios
Com algum recurso para investir, quem não quer um mercado em crescimento, com um produto que está se valorizando ano após ano e no qual se pode esperar retorno da aplicação em curto prazo? Foram essas perspectivas que levaram Flávio Menke Júnior, 38 anos, a ingressar na pecuária de ovinos. Mais precisamente, na criação de animais da raça texel. Com quase 20 anos de atuação no setor de som automotivo e proprietário de um sítio distante cerca de 35 quilômetros do centro de Pelotas, o empresário pensava em como fazer a propriedade lhe dar retorno financeiro, mesmo tendo pouco espaço.
— Pesquisando, vi que era um bom negócio. Em 2012, comprei cem animais de campo. Em 2013, mais 20. E, em 2014, adquiri três grandes campeões na Mercotexel (feira realizada em Santana do Livramento). Investi R$ 200 mil em animais, na estrutura da cabanha e contratei um técnico agrícola. Meu foco agora é em genética — conta Menke, que aposta no sistema de rotação de pastagem para criar os animais em pouco espaço.
Atividade em alta
- O maior consumo de carne de ovelha no Brasil e a recuperação do preço da lã, que se manteve baixo por muitos anos, estão entre as razões da valorização dos ovinos.
- Em uma das principais feiras do setor, a Feovelha, encerrada no domingo, em Pinheiro Machado, foram ofertados mais 6 mil animais — quase todos comercializados. A feira reuniu representantes de pelo menos 200 randes cabanhas.
- De acordo com Rossano Lazzarotto, presidente do Sindicato Rural de Pinheiro Machado, chamou a atenção o volume de compradores cadastrados para acompanhar virtualmente os remates: passou de 30 para cerca de 60, a maior parte pecuaristas de fora do Estado.
- A raça merino tem um público fiel na Feovelha e também se destaca nas vendas. As raças corriedale e ideal igualmente estão ganhando mercado, estimuladas pela valorização da carne. Cresce, ainda, a procura por ilê de france e dorper.
- Jarbas Knorr, presidente do Sindicatos dos Leiloeiros Rurais do Estado (Sindiler), estima alta generalizada nos preços durante a temporada, com intensidade variável conforme a raça. Além da procura gaúcha, compradores de Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso ajudaram a reforçar as vendas.
ZH Campo e Lavoura
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