LONGA ESPERA
Obras que levariam energia mais potente até propriedades rurais de Piratini estão paradas desde 2009.
Agricultores não conseguem instalar sistema de irrigação, armazenagem ou secadora.

Demora diminui a rentabilidade do negócio nas propriedades rurais
Propriedades rurais ao longo de 17 quilômetros da BR-392, em Piratini,
não têm energia elétrica trifásica e nunca tiveram. Isso significa que a
eletricidade que chega até esses locais em volta da rodovia serve
apenas para uso doméstico e os agricultores não conseguem instalar sistema de irrigação, armazenagem ou secadora, o que diminui a rentabilidade do negócio.
Um
poste com restos de fios roubados, porém, está lá há cerca de cinco
anos e os lembra da precariedade do sistema de energia oferecido a eles e
a outros produtores em diferentes partes do Rio Grande do Sul.
O caso perecia que iria se resolver em 2009, quando os primeiros postes foram implantados ao longo da estrada. No mesmo ano, a obra parou em algum ponto entre a burocracia e o entendimento entre as partes. De acordo com a Ecosul, que tem a concessão do trecho, a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) não havia apresentado no início dos trabalhos o projeto exigido pelo governo federal para esse tipo de obra.
Sem o projeto para instalação em mãos, a concessionária informou que não poderia dar o suporte necessário à instalação dos postes ao longo da via, como a interrupção do tráfego. Desde 2009, produtores como Claudio Kellermann, 64 anos, esperam que a energia passe pelos fios, que devem ser repostos, pois parte do material abandonado na beira da estrada já foi roubado.
O caso perecia que iria se resolver em 2009, quando os primeiros postes foram implantados ao longo da estrada. No mesmo ano, a obra parou em algum ponto entre a burocracia e o entendimento entre as partes. De acordo com a Ecosul, que tem a concessão do trecho, a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) não havia apresentado no início dos trabalhos o projeto exigido pelo governo federal para esse tipo de obra.
Sem o projeto para instalação em mãos, a concessionária informou que não poderia dar o suporte necessário à instalação dos postes ao longo da via, como a interrupção do tráfego. Desde 2009, produtores como Claudio Kellermann, 64 anos, esperam que a energia passe pelos fios, que devem ser repostos, pois parte do material abandonado na beira da estrada já foi roubado.

Kellermann espera há anos pela energia
Na
propriedade não muito distante dos postes abandonados, Kellermann tem
eletricidade apenas monofásica, o que dá para acender lâmpadas na casa,
mas não serve para ligar máquinas de grande porte, o que necessitaria de
energia trifásica. A vizinhança se animou quando os postes foram
implantados porque acharam que, finalmente, contariam com esse tipo de
serviço.
— Cheguei a fazer um projeto de irrigação. Imagine só: na nossa plantação de soja, que durante a seca tiramos umas 30, 35 sacas, poderíamos ter quase o mesmo rendimento de quando há chuva suficiente, de 60 a 70 sacas — sonha Jaime Eduardo Moraes Dias, 37 anos, vizinho de Kellermann e também agricultor, com 1 mil hectares cultivados com o grão.
O pai reclama da atual situação:
— Dá um ventinho e já queima meia dúzia de lâmpadas. Estamos à mercê do tempo. Em uma era de tanta tecnologia, não podemos implantar uma simples secadora por falta de luz. Imagine isso — indigna-se Álvaro Jaime Dias, 74 anos, cujo aborrecimento virou gasto.
— Cheguei a fazer um projeto de irrigação. Imagine só: na nossa plantação de soja, que durante a seca tiramos umas 30, 35 sacas, poderíamos ter quase o mesmo rendimento de quando há chuva suficiente, de 60 a 70 sacas — sonha Jaime Eduardo Moraes Dias, 37 anos, vizinho de Kellermann e também agricultor, com 1 mil hectares cultivados com o grão.
O pai reclama da atual situação:
— Dá um ventinho e já queima meia dúzia de lâmpadas. Estamos à mercê do tempo. Em uma era de tanta tecnologia, não podemos implantar uma simples secadora por falta de luz. Imagine isso — indigna-se Álvaro Jaime Dias, 74 anos, cujo aborrecimento virou gasto.
Cansado de esperar por
uma solução pública, construiu um armazém, onde um gerador a diesel
deverá consumir R$ 300 por dia para abrigar 35 mil sacas de grãos. Se
tivesse fornecimento de energia adequado, o produtor calcula que
desembolsaria apenas R$ 1 mil por mês.
— Se eu tivesse uma cachoeira ou uma queda, faria uma usina, dava um jeito. Mas não tenho. Me resta esperar pelo governo — lamenta o produtor, enquanto arca com os custos maiores para guardar o grão.
— Se eu tivesse uma cachoeira ou uma queda, faria uma usina, dava um jeito. Mas não tenho. Me resta esperar pelo governo — lamenta o produtor, enquanto arca com os custos maiores para guardar o grão.
Contrapontos
O que diz a CEEE
A
obra foi interrompida porque a empresa que administra a rodovia queria
cobrar aluguel pelos postes que estavam na área de concessão. Esse
impasse, porém, foi resolvido, e a empresa já está fazendo os trâmites
para retomar a obra. O trabalho deve ter início no segundo semestre
deste ano, segundo o gerente regional sul da Companhia Estadual de
Energia Elétrica, Claudio Renê Souza.
O que diz a Ecosul
A
concessionária afirma que não poderia autorizar a instalação dos postes
na sua área de concessão sem a entrega do projeto, já entregue e que
está aprovado para início das obras desde o dia 22 de março de 2013.
Sobre a questão da cobrança de aluguel pela instalação dos postes, a
advogada Tanise Casarin Goulart afirma que a intenção de cobrança foi
abandonada pela empresa.
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