O desafio da pecuária é aumentar a produtividade

Brasil é um dos principais atores do setor ao ocupar o posto de maior exportador de carne vermelha do mundo.
O Brasil caminha a passos moderados na evolução genética do rebanho bovino. Com um plantel de mais de 200 milhões de cabeças, são produzidos menos de 10 milhões de toneladas de carne por ano. Comparado aos Estados Unidos, que possuem 88 milhões de cabeças e produzem 11,7 milhões de toneladas por ano, o foco deve se concentrar na produtividade, segundo o criador Paulo de Castro Marques, proprietário da Casa Branca Agropastoril.

Porém, essa responsabilidade deve ser repartida com vários agentes. Desde as esferas governamentais às instituições de pesquisas, passando pelos técnicos, os produtores e os demais envolvidos na cadeia da carne. Para isso, a seleção de animais visando o melhoramento genético destinado às raças com aptidão para carne, com características produtivas e reprodutivas do animal, é indispensável.
Genética
Os valores genéticos dos animais mensurados por Diferença Esperada na Progênie (DEP), por exemplo, que identificam a real capacidade de transmissão da genética do touro para o bezerro, têm sido obtidos pelos mais modernos métodos científicos, incluindo a seleção genômica, que possibilita a análise de dados moleculares dos animais.
A inclusão de dados genômicos permite que várias características sejam avaliadas, aumentando a efetividade das DEPs dos animais. O trabalho de melhoramento genético visando animais funcionais também é determinante neste processo.

Seja o animal de origem taurina ou zebuína, é indiscutível a necessidade de trabalho voltado para a adaptação do indivíduo ao ambiente onde será colocado para trabalhar. Uma boa iniciativa nesse sentido foi a criação do programa Mais Pecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que prevê, para os próximos dez anos o aumento da produtividade bovina, passando de 1,3 bovino por hectare para 2,6 bovinos por hectare.

O programa deve funcionar sob quatro eixos, sendo o melhoramento genético o primeiro e principal deles. O segundo passo será expandir as vendas dos produtos, ampliando em 35% o consumo interno de carne bovina e aquecendo as exportações dos produtos derivados.
Potencial brasileiro
O Brasil é um dos principais atores da pecuária mundial, com solo, clima, água e um potencial extraordinário para aumentar a produção. Ocupa a posição de maior exportador de carne vermelha do mundo, com mais de 1,8 milhão de toneladas em 2014, e o segundo maior produtor no cenário global (cerca de 9,6 milhões de toneladas/ano).
Em termos de consumo per capita, o brasileiro leva ao prato cerca de 39 kg de carne vermelha por ano, volume igual ao dos norte-americanos. De acordo com a FAO, em 2050 a população mundial contará com nove bilhões de pessoas. E o desafio é de, no mínimo, dobrar a produção de proteína vermelha até lá para atender à crescente demanda.
DIÁRIO POPULAR - 31/12/2014

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