Rio Grande do Sul tem 1,2 milhão de cabeças para abate mas aproveitamento é bem menor.

Nesta semana será lançado o Projeto Cordeiro Gaúcho para melhorar qualidade da carne e estimular o consumo.

A ovinocultura gaúcha conta hoje com um plantel de mais de quatro milhões de cabeças e com 47 mil propriedades com ovinos cadastradas. Nos últimos quatro anos, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio deu início ao programa Mais Ovinos do Campo.

Com melhoramento genético, sanidade e alimentação o rebanho gaúcho teve um incremento de 500 mil cabeças desde 2012. Porém, com potencial para gerar cerca de 1,2 milhão de cordeiros por ano, o volume declarado de abates ao Estado é de apenas 530 mil animais no total.

Destes, 250 mil passam por frigoríficos com inspeção municipal, estadual ou federal, e 280 mil são declarados como para a subsistência das famílias produtoras, criando uma lacuna de mais de um milhão de animais por ano.

Na área de abrangência da Inspetoria de Defesa Agropecuária Regional Pelotas, dez frigoríficos abatem carne ovina com inspeção estadual e outros pequenos estabelecimentos com inspeção municipal.

O período do natal e da páscoa são responsáveis por 70% das movimentações com ovinos, no restante do ano há pouca atividade de abate com a carne. Segundo o diretor do Frigorífico Famile, em Pelotas, Milton Graeff, o que motiva a movimentação com carne ovina é a demanda do consumidor.

Os frigoríficos ainda precisam concorrer com as formas de abate ilegal ou venda direta de pequenas unidades nas propriedades. Mas esse tipo de comércio não é reconhecido e nem registrado pelo Estado.

Selo Cordeiro Gaúcho
Para tentar reduzir a lacuna de disponibilidade de ovinos não abatidos, será lançado no dia 18 de dezembro o Projeto Cordeiro Gaúcho. Segundo o veterinário José Galdino Garcia Dias, coordenador da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Ovinos, uma espécie de selo irá propor melhora da qualidade da carne e estímulo ao consumo da carne gaúcha em todo o Brasil.

A iniciativa integra o Programa de Desenvolvimento da Ovinocultura Gaúcha, realizado em conjunto com a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco). "Existe um grande potencial de mercado para a carne ovina, agora temos que estreitar o aumento do rebanho gaúcho com a conquista de mercado com selo de qualidade", acredita Galdino.

A ideia também é agregar frigoríficos parceiros para que absorvam a produção local com carne certificada. Segundo ele, a ovinocultura passou por recentes modificações de forma de produção com áreas reduzidas pelo advento da expansão das lavouras, necessitando de maior planejamento e investimento no campo.

Desta forma, esta melhora deve ser reconhecida com um diferencial que será o selo, com acompanhamento de assistência técnica e fiscalização.

No campo
Segundo relatório da Emater/RS Regional Pelotas, há uma visível melhora nas condições de estado corporal e sanitária dos rebanhos, devido a melhoria da condição dos campos nativos. A região está em fase de tosquia e manejo do rebanho de cria com cordeiros objetivando a comercialização de final de ano.

O excesso de umidade está causando problemas nos cascos dos animais, o que requer cuidados com vermifugação, aparação dos cascos e esquila, visto que a relatos de vário casos de manqueira decorrentes de frieiras e foot-root.

Em Pinheiro Machado houve um aumento significativo dos preços pagos aos produtores, inclusive da lã. No Herval o mercado da carne ovina está estabilizado.

Em Jaguarão estado corporal do rebanho melhorando.

Preços praticados na última semana na Regional Pelotas
Carne
Ovelha preço R$ 3,00 a R$ 4,00 por kg vivo
Cordeiro preço R$ 3,50 a R$ 4,80 por kg vivo
Capão preço R$ 3,50 a R$ 4,00 por kg vivo


Merina preço R$ 12,00 / kg
Ideal (Prima A) preço R$ 10,00 / kg
Corriedale (Cruza 1) preço RS 8,00/ kg
Corriedale (Cruza 2) preço RS 7,50/ kg

Potencial do rebanho ovino gaúcho*
4 milhões de cabeças
cerca de 2 milhões de fêmeas
60% assinalação de cordeiros
1,2 milhão disponíveis para o abate
280 mil para a subsistência da família produtora
250 mil são abatidos em frigoríficos
cerca de 690 mil NÃO foram abatidos ou foram de maneira INFORMAL

*Dados da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio

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